Foi divulgado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial a 4ª versão do documento “Future of Jobs 2023”, que examina 45 economias usando dados estatísticos e uma pesquisa de opinião com líderes executivos realizada em 803 empresas de 27 setores diferentes, as quais são responsáveis por mais de 11 milhões de empregos em todo o mundo.
O propósito do estudo é rastrear o impacto da 4ª Revolução Industrial no mercado de trabalho, identificando o potencial de rupturas ocupacionais e estratégias para capacitar ocupações em declínio a assumir papéis emergentes. O “Futuro do Trabalho 2023” oferece percepções sobre essas transformações e revela como as empresas, autoridades governamentais e educadores devem enfrentar essas mudanças no período de 2023 a 2027.
De acordo com esse relatório, mudanças nas cadeias de abastecimento, alterações no perfil dos consumidores e a transição para práticas sustentáveis são fatores que têm impulsionado mudanças no mercado de trabalho.
Além disso, algumas ocupações tem índices maiores de crescimento, entre elas estão especialistas em inteligência artificial e aprendizado de máquina, especialistas em sustentabilidade, analistas de inteligência de negócios e especialistas em segurança de informações. No entanto, o maior crescimento em números absolutos é esperado nos setores de educação, agricultura e comércio digital.
Já sobre as competências exigidas pelo mercado de trabalho em 2023 ao redor do mundo todo são:
1. Pensamento analítico
2. Criatividade
3. Alfabetização tecnológica
4. Confiança e atenção aos detalhes
5. Resiliência, flexibilidade e agilidade
6. Empatia e escuta ativa
7. Liderança e influência social
8. Motivação e autoconsciência
9. Curiosidade e aprendizado contínuo
10. Controle de qualidade
Agora, no que tange o Brasil, as ocupações que mais crescem são analistas e cientistas de dados (31%), profissionais de desenvolvimento de negócios (25%), gerentes de operações (13%) e advogados (13%).
Em termos de habilidades exigidas aos profissionais do país, as competências cognitivas, a autossuficiência e as habilidades tecnológicas estão presentes, uma vez que são fundamentais para um bom desempenho nas funções organizacionais.
Levando adiante, o mercado de trabalho brasileiro conta com 17% de trabalhadores com diploma de ensino superior ou de formação profissional e os empregadores estimam que 44% das habilidades dos trabalhadores serão alteradas nos próximos cinco anos, fazendo com que os empregados aperfeiçoem seus conhecimentos. Além disso, estima-se que 60% da força de trabalho atual precisará de treinamento antes de 2027.
Ao analisar os dados referentes às mudanças do mercado de trabalho no Brasil e no mundo, o que chamou minha atenção foram as alterações no comportamento dos consumidores, que é um dos três principais impulsionadores de transformações no mercado de trabalho.
Como profissional de Negociação, com mais de 40 anos de experiência, vi que, em todos esses aspectos, torna-se fundamental despertarmos para o fato de que saber negociar bem não é prioridade somente para profissionais de área comercial (compras e vendas).
Apesar de muitos pensarem que a negociação não é uma habilidade para todos desenvolverem, adquirir essas técnicas e aprimorar a comunicação, a fim de torná-la mais precisa e assertiva, melhora de maneira substancial os relacionamentos, o ambiente interno das empresas e aumenta de forma significativa a autoconfiança das pessoas. Ao meu ver, estes aspectos são e serão essenciais para todos os níveis profissionais das empresas.
Além disso, a criatividade, inovação e capacidade de solucionar problemas serão fundamentais para enfrentar desafios cada vez mais complexos. Nesses contextos, possuir habilidade para se comunicar, expor novos pontos de vista e saber defendê-los de forma não agressiva e sim produtiva e assertiva, é e será extremamente importante.
Outro aspecto que me chamou a atenção foi a transição para práticas sustentáveis, mais conhecido como políticas ESG. Esse aspecto traz uma grande divergência de opiniões no mundo corporativo e, mais uma vez, a negociação pode ser uma habilidade interessante para tentar resolver o impasse dentro do ambiente de trabalho de cada indivíduo.
Embora atualmente as políticas de meio ambiente, sociais e de governança sejam um dos assuntos mais contraditórios no meio corporativo, a boa negociação traz a capacidade de assimilar e propor melhorias para os desafios econômicos e estruturais, bem como o progresso tecnológico que aparecem na sociedade e, como consequência, dentro das empresas.
Desta forma, acredito que é essencial motivar e inspirar as pessoas a desenvolverem habilidades de negociar bem. Essa prática permitirá o aprimoramento de equipes, comerciais ou não, pois envolve técnicas de comunicação e escuta ativa, além de expressão de ideias de forma clara e objetiva, que possibilitam o início e o término de conversas de maneira produtiva, direta e honesta.
Como resultado, teremos profissionais que possuem, além o conhecimento necessário, habilidade para lidar com as diferenças, compreender e articular os desafios que aparecem durante a rotina de trabalho. Assim, ao ler o relatório concluo sem nenhuma sombra de dúvida que desenvolver a capacidade para negociar bem nas empresas, quer sejam estas negociações internas ou externas, é absolutamente fundamental para desenvolvermos de maneira produtiva e assertiva, as competências mais cruciais exigidas atualmente e no futuro do trabalho.
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